
A cara de nojo dos outros é um sinal poderoso para nosso cérebro de que algo tem gosto ruim e não deve ser comido. Esse sinal aliás é tão poderoso que não é preciso pensar no assunto. Basta ver a expressão de nojo no rosto dos outros que nosso cérebro já sente nojo também. Sabe por que? A resposta está na ínsula, um pedacinho do cérebro que é afundado, como se fosse uma ilha, abaixo da superfície. Uma parte da ínsula é especializada em avisar para o resto do cérebro quando o estômago não vai gostar de comer alguma coisa. Desse aviso, resulta a sensação de desgosto ou nojo, que automaticamente provoca aquela expressão típica: nariz franzido, língua para fora. Só de ver a cara de nojo provocada em mim pela minha ínsula, a sua ínsula já é ativada sem que você precise provar do que eu comi. Ou seja, você experimenta a repulsa do outro sem precisar provar da mesma gororoba. Isso é muito importante porque se alguém comeu e não gostou, se a comida está podre por exemplo, você provavelmente não vai gostar também. O curioso é que essa mesma parte da ínsula também é responsável por todo tipo de desgosto, inclusive a repulsa que sentimos ao assistir a uma situação de desigualdade. Sentir nojo portanto é uma reação cerebral tão importante para nos manter longe de alimentos estragados ou horrorosos, como de situações injustas.
Fontes: A neurocientista Suzana Herculano-Houzel , Sit Fantántico
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